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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O erro de Deus

Em algum lugar acima das nuvens, além de onde a vista alcança, lá Deus está. Sentado, de cabeça baixa, seus dedos entrelaçados em seus cabelos e em seu semblante a face da tristeza. O Todo poderoso, o onipotente, o oniciente cometeu um erro e agora carrega em suas costas o peso da dor de vários dos seus. O peso da cruz que seu filho carregara parece uma pena quando comparado ao peso de tantas almas em prantos que buscam alento nos ombros de Deus.
Ao final do quinto dia pensou que de tudo ele era possível e que tudo seria bom, mas se enganou e no alto de sua auto confiança criou o homem, um sonho de algo que seria lindo e a realidade de algo que se tornou repudioso. O declínio da raça continuou e o peso e a tristeza nos ombros do todo poderoso cresceu, pois agora além de seu próprio arrependimento ele carrega também os clamores daqueles que pedem noite após noite a ajuda dele para superar mais um dia nesse calvário em meio a tantas barbaridades e decepções. Deus sente o peso de ter criado a raça e também o peso de ver os poucos que deram certo serem oprimidos por tantos outros que deram errado. Deus com a palavra criou o mundo e a deu de presente para o homem, que quanto mais sábio fica mais sabe usá-la para ferir outros homens e assim tornar o mundo um lugar pior de se viver.
Confesso, Deus, que sim, por vezes senti e aindo sinto raiva de você por ter me dado a vida e me deixar nessa arena em meio aos leões sem você jamais ter me ensinado a lutar, mas também te perdoo, pois talvez você, o real Deus, seja bem menos deus e bem mais homem. A tristeza que carrego é apenas pelo fato do seu erro ter causado tanta dor a tantos de nós. Seu erro não machucou apenas alguns indivíduos por algum tempo, mas toda uma raça por todo tempo em que ela existir.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Aquilo que você tem

O que é isso que tem em você, que transforma o menino em homem e faz do homem menino?
Que quando me abraça e me beija, faz com que meu respirar torna-se um apaixonado suspiro.
Que menina é essa que num corpo delicado e pequeno, guarda as seduções da mais ardente paixão?
Que me faz perder a cabeça, e faz com que eu ouça apenas o meu coração.
Que menina Amanda é essa, que nome é esse que jamais ouvi?
Que te cabe tão perfeito menina, e te faz a mais linda que já conheci.
Amanda dos beijos molhados, do abraço apertado, do mais doce amor.
Quem diria que entre outros tantos, seria justamente eu o merecedor.
De viver minha vida ao teu lado, pra sempre ao teu lado, presente eterno do meu viver.
E te dar em retorno um amor, que tão grande e bonito você pode até não entender.
Mas do que nos vale todo entendimento, se no fundo da alma o que nos resta é apenas ser?
Ser sempre feliz ao teu lado, vivendo o mais doce presente que eu já pude ter.

P.S. O nome Amanda foi usado apenas para preservar a real identidade da minha inspiração.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Cinco sentidos

Se eu pudesse apenas enxergar, tua imagem me bastaria para que todo dia me apaixonasse novamente por você.
Se tivesse apenas meu tato, seria o calor, a maciez e a suavidade de sua pele que me fariam suspirar.
Se pudesse apenas ouvir, tua voz seria a mais doce canção e seria entre todas a mais bela que já tocou meus ouvidos.
Se eu tivesse apenas o olfato, teu aroma seria aquele que guardaria comigo toda noite e também a razão para que no dia seguinte mais uma vez te quisesse.
Se tivesse apenas o paladar, seria o gosto doce do teu beijo que se impregnaria em minha boca e me faria lembrar e mais uma vez desejar o mais adorável amor que já provei.
E mesmo se me faltassem todos os sentidos e não houvesse forma alguma de sentir você, ainda assim me apaixonaria por ti, pois meu coração não precisa de motivo algum para te amar, ele já nasceu junto ao teu.
Mas Deus foi bom comigo e me permitiu ter todos meus cinco sentidos para que eu pudesse me deixar apaixonar por ti em cada parte mínima do meu ser.
Esperando por ti desde que nasci, me apaixonado por ti desde que te conheci e vivendo em ti até quando Deus me permitir.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O dia em que morreu a poesia

Houve um dia em que o brilho do olhar se foi, em que as músicas tornaram-se apenas músicas.
Houve um dia em que as brigas superaram os bons momentos e o medo assumiu o controle.
Houve um dia em que o sol ao deitar-se no horizonte deixou de ser um espetáculo divino e passou a ser apenas mais um fato científico.
Houve um dia em que dormir deixou de significar sonhar e passou a ser apenas uma droga que liberta a mente de seu próprio pensar.
Houve um dia em que o significado da vida era padecer.
Houve um dia em que o espelho azul tornou-se apenas mar.
Houve um dia em que a prisão tornou-se liberdade.
Houve um dia em que viver deixou de ser uma caminhada ao parque e tornou-se um castigo.
Houve um dia em que faltaram lágrimas, houve um dia em que faltou esperança, houve um dia em que faltou você.
Quando você se foi e levou consigo o nosso amor, foi nesse exato dia que enterrei a poesia de viver.