segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Quem foi que disse que o amor?

Se te disseram ou te mostraram que o amor é um mar de rosas, peço a ti que, por favor, não acredite nisso. Amores descritos como nos contos de fadas não existem além do mundo fantasioso das mentes daqueles que os escreveram. O amor na vida real é feito sim de momentos felizes que se eternizam em memórias inesquecíveis, mas é feito também de momentos não tão agradáveis. No amor, em um relacionamento sério, verdadeiro e compromissado, existirão brigas, desentendimentos, discussões, pois se nós humanos somos complexos ao ponto de passar a vida sem entendermos a nós mesmos, querer acreditar que vamos entender completamente nosso parceiro é gerar em nós mesmos uma cobrança sobre algo que jamais poderemos alcançar. Contudo, quando esses desentendimentos ocorrerem, se no relacionamento houver de fato amor, ele sempre triunfará e esta será a prova de que um casal de fato se ama, não apenas se gostar. O gostar é um sentimento simples e superficial, o gostar se encanta somente pelos bons momentos e não é capaz de lidar com os maus. Um relacionamento que se baseia no simples gostar está fadado ao fracasso, pois ninguém jamais foi e jamais será perfeito, então ao primeiro deslize o gostar morre e arranja algo novo para se tornar vivo mais uma vez. Já o amor, por outro lado, é um sentimento tão maior que compreende as falhas do outro e muito além de somente compreender, precisa do outro de forma completa, ou seja, com suas qualidades e defeitos. O amor é o desejo de estar perto da pessoa amada mesmo quando estamos com raiva, pois ela é a parte de nós que nos completa, que nos faz sermos melhores. O amor é a vontade de beijar mesmo quando achamos que queremos distância daquela pessoa. O amor é o sentimento que tolera, é a mão que a calma, é a vontade de querer cuidar do outro às vezes até mais do que cuidamos de nós mesmos. O amor é a inconstância que se faz tão necessária para o viver como é o ar para o sobreviver.
Então, não sonhemos nem busquemos a perfeição, mas abramos nossos corações para viver a realidade nem sempre tão calma, mas em seu todo maravilhosa de amar alguém.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Antônio Conselheiro

Aquele era o homem e aquela era a terra, terra dos escravos recém libertados, terra dos flagelados, dos filhos da desigualdade. Diversas cores e histórias se misturavam na "terra prometida". O "Bom Jesus" trazia ao povo o alento, o sustento, a ajuda e a igualdade que o sistema esquecera que existia. Nas terras de Morais o dinheiro era o imperador, nas terras de Conselheiro todos viviam pela fé. O sonho de um mundo novo e livre germinava nas terras da opressão.
Mas o sistema é como uma locomotiva feita de aço e movida pelo vapor do capitalismo e do poder, um trem que não pode parar por nada e que atropela e esmaga tudo que estiver em seu caminho.
Os ideais alimentaram a força da resistência conselheira, mas não foram páreo para o fogo e as balas, muito menos para a necessidade do sistema de aniquilar tudo que não esteja subordinado à ele. E assim, Canudos e seu líder entraram para história quando a terra dos sonhos sucumbiu à realidade.