sexta-feira, 30 de abril de 2010

O dia

São 7:55 da manhã, o celular toca e no outro da linha é meu amor a me chamar, ela me pergunta se iremos sair, passear, e digo sim pois olho para o céu lá fora e vejo que o dia está lindo! Na minha mente vem a idéia de que este será um dia maravilhoso.
Levanto da cama e começa a me arrumar; escova de dentes, banho, roupa passada, chave e documentos do carro, um beijo de despedida em minha mãe e lá vou eu. Ao colocar a chave na ignição a luz da bateria se ascende, mais um toque e vejo o óleo, motor, freio de mão e airbags, tudo funcionando. Mais um giro na chave e o motor de arranque entra em ação com aquele típico ruído que qualquer motorista conhece, um segundo depois e o motor principal começa a trabalhar. A alegria toma conta, 110 cavalos de potência debaixo do meu capô presentes em um simples apertar no pedal do acelerador. Ligo o som e o rei do pop começa a cantar, nada melhor do que ele num dia de sol que promete.

É domingo e somente alguns carros estam nas ruas, minha pressa de encontra-la logo me faz correr, corto para a direita, para esquerda, vejo farois piscando atras de mim, é assim mesmo quando se vai costurando pela trânsito. Ao chegar na casa dela ela diz que não, hora de mudar de planos.
Passo no posto, "coloca 25 da aditivada", eu digo, o sol lá fora está de rachar, mas no meu leão prateado o ar condicionado me refresca. E vamos que vamos...as marchas vão subindo até alcançarem a 5ª, Via Light, Dutra, Linha Vermelha, Túnel Rebouças, Lagoa e por fim a promessa de felicidade. A praia estava cheia! Negros, brancos, nativos, viajantes, era um dia convidativo para qualquer um que goste do mar. Quero comprar uma sunga mas não consigo achar, as lojas só abrem as 3 e ainda são 2:10, minha sanidade diz para esperar mas 50 minutos e entrar com roupas apropriadas, mas o mar me chama e lá vou eu...apenas com minha calça jeans. Antes de entrar eu me recordo que já havia feito aquilo uma vez, e que agora não seria estranho. As ondas quebram nas minhas costas, eu pulo, mergulho, a água está fria mas estranhamente não sinto frio quando nela, estranhamente também não me sinto feliz nela.

Após 5 minutos volto para a areia, meu cabelo está duro por causa da água do mar, minha calça encharcada até o último fio, mas ainda são 2:40, ainda há tempo dela secar antes de voltar para casa. Sento na areia e olhos para céu, cruzando-o vejo muitos aviões indo sabe-se lá para onde, aves voando para lá e para cá, sinto o sol esquentar minha pele, o vento me tocar, sinto o cheiro e ouço o som do mar, uma descrição perfeita de um momento imperfeito. Nada me distraí pois só penso nela. Deitado na areia eu penso como seria bom se ela estivesse alí, seria tão mais divertido, tão mais alegre, tão mais feliz, mas a realidade é que ela não está. As horas vão se arrastando, quero ir embora.

No meu corpo sinto que minha calça já secou, para mim este é o sinal de que é hora de partir. Pego o carro mais uma vez e corro mais uma vez ao encontro dela. Mais ou menos duas horas depois eu chego, aperto a buzina e vejo aquilo que durante o dia todo quis ver, o sorriso dela! Ela fecha o portão e vem ao meu encontro, diz que estou estranho, explico que pensei sobre muitas coisas e depois dela ouvir tudo vivemos o nosso momento. Corpos que não se largam, carícias sem fim, declarações de amor a cada 5 segundos, depois de um dia de correria e lugares vazios finalmente estou onde quero estar. Sentados na varanda conversamos, os minutos vão passando e embora queiramos sair para um outro lugar nosso amor não nos deixa largar um do outro. Após alguns minutos depois decidimos de fato sair, comida chinesa é a pedida do dia. Enquanto ela se arruma eu vou até o mercado pela terceira vez no dia, agora o objetivo é comprar Flogoral spray e manteiga de cacau, ao voltar ela está recém saída do banho, cabelos molhados e roupas trocadas, como se ela já não tivesse ouvido isso pelo menos um centena de vezes, mais uma vez com aquela voz de apaixonado eu digo: "você está muito linda!"

Chegamos então ao nosso destino, pedimos o cardápio e nele vem vários pratos com nomes difícei de serem pronunciado, escolhemos um Yakissoba com camarões e decidimos de fato comer com pauzinhos para de fato vivermos aquela experiência chinesa.
Após voltarmos para casa passamos mais um tempo no carro conversando sobre nossos dias, até que então um cachorro ciumento decide entrar na conversa, não para conversar, mas só para ficar nos lambendo. Depois de certo tempo o expulsamos, depois de um dia todo agora é hora de ficarmos um com o outro no nosso momento. Não existe lugar melhor para se estar! Com gentileza ela pega minha cabeça e a encosta sobre seu peito, com a mão direita me faz cafuné e nesse monento uma mistura de paz, felicidade, alegria e amor toma conta de mim! O cheiro da pele dela me hipnotiza e o abraço dela em traz a melhor sensação que já conheci.

Enquanto dizia à ela algumas outras palavras bonitas e românticas o cachorro decide fujir pela fresta do portão e quase ser atropelado, tudo para quebrar nosso momento. Lá vai eu correndo atrás do fujão!

De volta ao carro sentados no banco da frente vemos mais uma vez o fim de um dia e o começo de outro, e antes que ele de fato termine ouço um toque-toque no vidro do carro. É minha sogra dizendo que minha mãe ligou não muito satisfeita, pedindo-me para ir para casa pois amanhã é dia de trabalho. O cachorro foge mais uma vez e dessa vez minha namorada consegue pega-lo.
Enfim, chateado, ligo o carro pela quadragésima vez no dia e dirijo bem devagar pois não há a mínima pressa de chegar em casa, mas depois ao ligar o som ouço os primeiros acordes de Song 2 do Blur, a música me faz apertar mais fundo o acelerador e alguns minutos depois estou em casa. Após entrar na garagem a primeira coisa que faço e pegar o celular e ligar para ela. Pergunto como está o cachorro, digo que estou morrendo de saudade e assim o dia termina.
Deito na cama com duas certezas, uma é que estou muito feliz, a outra é que amanhã haverá conversa.

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