quarta-feira, 11 de maio de 2011

A inteligência (texto 2)

Os animais mostram seus dentes, rosnam, levantam as orelhas, ficam de pé para parecerem maiores ou usam qualquer outro artifício para intimidar outro animal. É claro que eles precisam disso, pois não tem a capacidade de falar como nós humanos temos. Mas nos tempos das cavernas quando nós ainda não éramos inteligentes o suficiente para desenvolver a fala será que nosso comportamento no mundo se diferia do comportamento que a maioria dos animais tem até hoje?

Se não fossemos inteligentes o suficiente para construir muros em volta de nossas casas, para criarmos a monogamia, para inventarmos os super-mercados e principalmente para falar, como será que viveríamos?

Olhando para o passado pré histórico da raça humana e olhando para as outras espécies ao nosso redor é possível e bem aceitável imaginar que se não fosse pela inteligência o comportamento de ataque e também de defesa mais comum e também mais efetivo que poderíamos usar seria a violência. Isso nos faz acreditar que a essência real do homem é uma essência violenta e que isso faz parte do DNA humano. A inteligência nos possibilitou falar e usar outros meios que não fossem a força para conseguir aquilo que queríamos e também nos tornou capazes de viver de forma “harmônica” em sociedade. Porém, se pararmos para imaginar vários momentos em que o homem perde a razão e deixa de ser controlado pela inteligência, sua essência violenta se mostra e o homem revela do que é realmente feito. Em uma partida de futebol, por exemplo, não razão ou matemática que explique alguém torcer pelo time A ou B, então quando um dos times perde muitos homens deixam a inteligência de lado, soltam o freio que os mantém educados e polidos e se deixam tomar pela essência animal e violenta que vive neles. Pronto, a receita perfeita para a guerra está criada. Outro bom exemplo que aconteceu bem recentemente foi a forma como a população estadunidense comemorou a morte de Bin Laden. Vamos parar e pensar. Quantos deles pararam em algum momento para refletir sobre o porquê de Osama Bin Laden ter se rebelado contra os Estados Unidos? Quantos tentaram entender porque ele fez o que fez e achar um culpado por aquilo? Não estou aqui sendo advogado de Bin Laden, mas quero apenas mostrar que naquele momento raras foram as pessoas que pararam e tentaram achar alguma RAZÃO para Bin Laden ter feito o que fez. A maioria foi para as ruas, se pendurou em postes, bebeu, cantou e muitos deles queriam ter eles próprios atirado no terrorista e tê-lo visto agonizar até a morte. Mais uma vez um exemplo claríssimo de que quando a inteligência se esquece de reger o homem, volta à tona todo seu comportamento animal e violento, é como se ela não fosse nada além da camisa de força que prende os braços de um louco.

Isso nos faz acreditar que na verdade o homem não seja um ser pacífico que sabe viver em sociedade, na verdade o homem é um ser de guerra que aprendeu a viver em sociedade por causa da inteligência que adquiriu ao passo da evolução. Contudo, a inteligência ainda não se desenvolveu o suficiente para controlar sentimentos de raiva infundados, ela ainda parece ser um vidro muito escuro e fino que quando quebrado revela a verdadeira face do homem.

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