segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Navegantes

Icem suas velas e rumemos ao horizonte, em mares bravios ou calmos, em céus azuis e cinza, deixemos o vento soprar em nossas velas e rumemos em direção ao nosso objetivo. É como diziam nossos colonizadores, ”navegar é preciso, viver não é preciso”. Mas que objetivo é esse para onde navegamos? Creio que todos nós buscamos amor, dinheiro, um bom emprego, passar bem pelos estudos, mas creio que o que de verdade queremos na vida são certezas. É do ser–humano aventurar-se, contudo creio que todos nós, mesmo aqueles que dizem viver apenas o momento (posso me incluir neste grupo) ainda assim buscam alguma certeza na vida, mesmo que seja apenas uma.
Essa busca por certezas parece um parasita maldoso que nos transforma em hospedeiro e nos segue onde quer que estejamos, sempre sugando um pouco de nossas energias e pior ainda tentando tirar nossas esperanças, tentando tirar de nós aquele pequeno esforço a mais que teríamos se tivéssemos esse “detalhe” chamado certeza. A mais cruel de todas as companheiras, o mais triste dos dilemas.
Mas me pergunto se a busca frenética e incessante por certezas é algo que está nas raízes da raça humana ou se é algo que se desenvolveu com a evolução da humanidade na nossa tentativa de racionalizar e entender todos os mistérios da vida. Queremos entender desde a mente feminina à formação do universo, queremos entender sentimentos como se as coisas do coração fossem matemática e não poesia. Se a resposta para essa pergunta for que nós mesmos criamos a busca por certezas então será que não podemos apenas apontar nossas bússolas para o passado e voltar aos tempos em que vivíamos apenas um dia após o outro? Talvez assim nossas vidas fossem mais simples e nós seríamos mais felizes, contudo penso que nos dias de hoje não buscar certezas é o mesmo que não respirar, pois somos parte de um mecanismo onde somos apenas uma pequena peça e não há nada que possamos fazer para que todo o resto mude.
Penso que só o que nos resta é tentar sermos felizes com aquilo que temos e lutar enquanto somos capazes para tornar nossas incertezas realidades, e no meio do caminho o que devemos fazer é executar a simples e ao mesmo tempo difícil tarefa de acreditar.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um post para Deus


Como pode alguém ainda questionar ou até mesmo duvidar da existência de Deus? Não sou nenhum desses fanáticos religiosos que matam e criam guerras usando a religião como artifício e respeito a opinião daqueles que são ateus, mas me pergunto como ainda é possível existirem pessoas que não sintam o poder de Deus em suas vidas.
Eu, nessa minha vida que ano que vem completará vinte e sete anos passei por alguns momentos em que o Divino se fez muito presente e é por isso que hoje estou aqui escrevendo, pois me sinto quase que na obrigação de falar sobre Ele.
Algumas pessoas gostam de pensar que tem o controle e o poder de tudo em suas próprias mãos, que tudo depende apenas de seu esforço e que elas estão acima de qualquer obstáculo. Pois bem, creio que existam algumas pessoas que de fato constroem impérios riquíssimos frutos de muita inteligência e ambição, contudo o verdadeiro império é aquele que você constrói com as bênçãos dos céus.
Passei por um momento muito difícil em minha vida, com segurança digo a vocês que foi o momento mais difícil de todos, quando inclusive cheguei a questionar os planos de Deus para min, como pode ser visto no texto Heaven Corporation postado aqui neste blog, e foi nesse momento de extrema dificuldade que vi como vazia e desorientada ficou minha vida no momento em que passei a me “guiar” sozinho nessa aventura chamada vida. Afastei-me um pouco de Deus e as coisas começaram a não dar mais certo, eu era triste, estava mudado, diferente, já não era mais o mesmo Rafael que eu conhecia e aquilo me assustou! Foi assim até que em uma noite eu percebi que aquela vida só iria me levar à ruína, então decidi voltar a andar de mãos dadas com Deus não apenas para conseguir a benção que eu tanto espero e ainda creio que será minha, mas para encontrar a paz que havia perdido e a certeza de que com Ele eu estaria no caminho certo. E foi assim que tudo aconteceu, pouco depois de dobrar meus joelhos fui preenchido com Sua paz e uma enorme esperança em crer naquilo que parecia tão impossível tomou conta de mim então orei e pedi para Ele que realizasse aquela obra que eu tanto queria. Busquei a absolvição dEle, busquei mais uma vez andar em Seus caminhos e como um bom pai o Espírito Santo me presenteou com o mais belo e esperado dos presentes. Encheu meu peito mais uma vez de paz, me colocou no caminho da retidão, me faz mais uma vez valorizar as coisas dEle e não do mundo e encheu meu peito de vontade de falar sobre Ele.
Esse meu post foi dedicado exclusivamente a Ele, o nosso pai maior que lá de cima nos olha e toma conta de todos nós, mesmo quando pensamos que Ele nos esqueceu.
Acreditem meus amigos, acreditem, pois a vitória é muito mais saborosa e de fato verdadeira quando abençoada por aquele que nos deu a vida e enviou Seu único filho para morrer por mim, por você e por cada um de nós.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sete pecados



Desde que li pela primeira vez o livro “O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde fiquei fascinado com a idéia de termos um quadro nosso que envelhecesse, adoecesse, morresse e se putrefizesse enquanto nós continuaríamos jovens e saudáveis, desde que não destruíssemos o dito quadro. Da mesma forma, o quadro de Dorian Gray mostrava os pecados que ele havia cometido em sua vida e este foi outro pensamento que me ocorreu em vários momentos de minha vida.
Por vezes fico imaginando o que veria se tivesse um quadro como esse, imaginando o que veria em minhas mãos, quantas rugas e cicatrizes haveria em meu rosto e corpo, queria ver meu olhar, minha postura, pois creio que todos nós guardamos em lugares secretos de nossas existências alguma atitude, pensamento, gesto ou palavra que queríamos não ter tomado, pensado, feito ou dito.
Gostamos de nos esconder por trás de roupas da moda, maquiagens caras, por trás de carros velozes e luxuosos, por trás de músculos e corpos bem torneados, mas qual será a nossa real imagem? Qual seria a imagem que teríamos nos nossos próprios retratos de Dorian Gray?
Eu creio que somente um quadro como esse poderia mostrar a real imagem que temos, visto que a imagem que temos para cada indivíduo que nos cerca depende muito mais da forma como ele decide nos ver do que como realmente somos. Podemos parecer metidos, arrogantes e destemidos para alguma pessoa e parecer justamente o oposto para outra, tudo depende dos olhos que nos vêem.
Eu sei das coisas que fiz e também todas as outras que deixei de fazer e por isso creio que a imagem que teria no meu “Retrato de Rafael Assis” não seria das mais belas, contudo ainda tenho o tempo que Deus me reserva aqui para poder consertar tudo que fiz de errado e quem sabe um dia ter uma imagem diferente dessa que imagino ter agora.

P.S. Gravura por Rafael Assis

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pequenas lembranças


Hoje na hora do almoço o prato do dia foi lasanha, um dos meus pratos preferidos. Com garfo e faca em mãos, olhei para lasanha ali no prato e lembrei-me de quando fui a casa dela para pedi-la em namoro, naquele dia ela fez uma lasanha pra mim e eu me senti um dos caras mais felizardos do mundo. Também me lembrei de quando em meu aniversário de 24 anos ela preparou um delicioso bolo de chocolate com uma cobertura muita boa e chocolates Bis derramados sobre ela. Foi uma bela festa surpresa que eu com certeza jamais irei esquecer! Ainda falando sobre comida, não é possível esquecer de quando ainda no vestiário da academia meu celular tocou e do outro lado da linha era ela me chamando para comer um brigadeiro que havia feito, nunca vou esquecer-me daquele dia simplesmente maravilhoso! Essas são lembranças que não importa quanto tempo passe sempre habitarão um endereço certo nas ruas das minhas memórias.
Então me lembrando disso tudo olho para trás e vejo que nosso relacionamento durou apenas um ano e seis meses, o mesmo tempo que disseram que duraria minha televisão...ah como eu queria que minha TV de fato já tivesse partido mas eu ainda tivesse ela ao meu lado. De qualquer forma, o que quero dizer é que em apenas dezoito meses minha mente foi bombardeada de bons momentos e agora me vejo cabisbaixo apenas revivendo tudo isso como alguém que vê o mesmo filme pela décima vez. Isso me faz pensar como deve ser difícil quando um relacionamento mais longo chega ao fim, quando, por exemplo, um casamento de dez anos, quinze anos ou até mais chega ao fim. Deve ser uma sensação ainda mais devastadora do que essa que sinto agora, algo muito mais profundo e lacerante que com certeza não chego nem ser capaz de explicar.
Outro fato que me veio na mente é como de fato deve ser horrível ver alguém que você ama ser levado pelas mãos de Deus. Mas será que a dor de ver esta mesma pessoa apenas dizendo que não te quer mais na vida dela é tão menos dolorosa? Penso que quando esta pessoa é levada para um outro plano ficam as tristezas pelo o que ainda poderia ser vivido, fica a sensação de que ainda não era a hora certa, sem falar toda a tristeza e vazio que já é sabido, mas quando a pessoa decide partir por opção nossas mentes são preenchidas por perguntas tais como o que fizemos de errado, o que poderíamos ter feito melhor, quais palavras e quais atitudes não deveríamos ter dito ou tomado, é uma sensação inexplicavelmente horrível. Não é simplesmente uma pessoa que decide seguir uma vida sem você, assim como existem milhões ao redor do mundo, e sim aquela única pessoa que na verdade fazia parte de sua vida, é como se um pedaço seu fosse embora e deixasse apenas o que sobrou de você. Por isso a sensação devastadora de vazio e perda, alguém que fez parte da sua vida por anos se vai e você além de ser obrigado a se acostumar a viver sem “parte” de você ainda precisa lidar com toda a culpa e o peso de ter feito algo errado. Então você se pergunta o que você fez de errado para que toda a certeza dos “eu te amos” e dos planos para o futuro dito por seu cônjuge tivessem simplesmente desaparecido, pergunta-se o que da tão grave você fez e qual crime ou pecado você cometeu para que aquilo que parecia tão certo e firme acabasse numa grande nuvem de poeira que o vento leva. Essa é uma dor que não há quem possa explicar, tampouco quem possa dizer que entende sem ter vivido isso.
O que ainda acrescenta mais dramaticidade nessa obra já tão pintada de negro pelas mãos do artista são os previsíveis conselhos que te dizem para esquecer, para seguir em frente, para não mais procurar tal pessoa. Como seria bom se fosse tão simples assim, mas não é, pois memórias nós podemos até sermos capaz de esquecer com o tempo, mas sentimentos são algo que irão permanecer conosco até o dia em que partamos.
O que fica em mim agora é isso, as mais doces lembranças dos mais doces momentos que vivi ao lado dela, momentos esses vividos e revividos cada vez que vejo algo que me faz lembrar dela ou simplesmente cada vez que me sinto sozinho e busco nas lembranças que ela me deixou o conforto e a imensa alegria que ela sempre foi capaz de me dar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A mais doce inverdade

O ditado popular diz que a mentira tem pernas curtas, na verdade as suas não eram curtas e eram as mais lindas que já vi. Suas pernas foram a primeira parte de seu corpo que me chamaram a atenção, lembro-me de estar passando ao seu lado quando você me chamou para te explicar um exercício sobre a Madonna, você estava sentada em uma cadeira e como não havia mais nenhuma para mim me agachei bem ao seu lado e vi suas lindas coxas repousarem naquela cadeira de plástico azul. Entre uma explicação e outra meus olhos se perdiam em sua silhueta e até hoje me lembro daquela tão bela visão.
Quis tanto ter você pra mim, quis tanto fazer seu coração morar no meu que fiz de tudo para que você me amasse, e por isso creio que acabei te iludindo e te fazendo acreditar em algo que não existia. Fiz você pensar que me amava e toda vez que você no meio de um longo abraço olhava para mim com seus belíssimos olhos castanhos transbordando de alegria e dizia “eu te amo” meu coração saltava dentro de meu peito como se tivesse pernas e eu acreditava com toda minha verdade nesta ilusão que eu mesmo havia criado. Como hoje eu queria ter nascido como todos os outros! Se eu tivesse sido como são a maioria dos homens e te amado somente o suficiente, se não tivesse feito tantas declarações, se não tivesse querido te dar o mundo inteiro talvez quem sabe você não teria se perdido nas minhas bondades e por fim eu não teria acreditado em seus “eu te amo” pois talvez eles jamais teriam sido proferidos.
Sinto-me tão triste agora e lágrimas rolam toda vez que me lembro de quando em meus braços você estava e me olhava como em raríssimas vezes, nesses momentos eu sabia que após alguns breves instantes olhando penetrantemente em meus olhos você com sua voz suave e única diria que me amava.
E eu, em meu esforço atlético para não deixar aquilo escapar ia cada vez mais longe, cada vez fazendo algo novo e mais surpreendente, não conhecendo as linhas dos limites e deixando-as para trás cada vez mais na esperança de manter-te ao meu lado. E hoje quando meu celular passa o dia inteiro sem tocar me deparo com a tão cruel realidade, realidade essa que é muito mais triste do que a grande mentira que criei. Entre verdade e mentira não sei o que escolher, mas creio que escolheria a verdade que me fere e me faz chorar, pois é esta mesma verdade que te faz feliz meu amor.
Deixei tão para trás meus limites que hoje nem sei mais como voltar. Voltar para onde? Voltar para que? Sinto-me tão perdido, tão fraco, tão sem horizontes para onde caminhar, olho ao meu redor e tudo parece igualmente vazio e negro, pois você não está comigo. E o pior de tudo é saber que você não ficou para trás apenas algumas milhas e eu posso voltar para te buscar e fazer-me feliz de novo, na verdade você nunca esteve de verdade nessa minha caminhada louca pelo seu amor, você era uma miragem que andava ao meu lado, mas no momento em que você despertou a miragem se foi e eu me vi perdido e sozinho.
Não deixei migalhas pelo caminho nem laços vermelhos amarrados em galhos de árvores, acho que pelo caminho ficaram apenas os pedaços de mim que caiam pouco a pouco desde o momento em que você me deixou, e seguir esses pedaços não me levará à lugar algum.
O que queria mesmo, de todo o meu coração, era um dia acordar no meu deserto de tristezas e ver mais uma vez você me olhar profundamente e dizer “eu te amo meu lindo”, mas sei que a grande probabilidade é de que isso não passe de um desejo sem grandes possibilidades de acontecer e o que me resta é seguir como um peregrino rumando sem direção, apenas caminhando sem saber para onde ir. O pior de tudo é perceber que nessa caminhada sempre há uma música, um objeto, uma lembrança que me faz mais uma vez querer ter você ali ao meu lado. Sempre há algo bonito em alguma loja para te presentear, mas agora meus presentes não têm remetente, apenas minhas lágrimas e pensamentos.
Obrigado por cada momento, cada beijo, cada abraço, cada palavra dita em momento de ternura! Mesmo que nada disso tenha sido real, te agradeço porque entre todas as inverdades que já vivi o seu amor foi a melhor de todas elas.

Te amo, mais do que ontem, mais do que hoje, mais do que amanhã...mais do que nunca!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A vida não imita a arte


Por que a vida não é como a arte? Por que no mundo real rosas não fazem mulheres chorar ou as faz se derreter por aquele que as traz? Talvez seja porque a arte retrata aquilo que todos desejaríamos ter ou ser, mais não há espaço nesse mundo para tal. E por que as rosas perderam seu valor? Creio que seja também porque essas criaturas tão delicadas e gentis tornaram-se band-aid para remendar traições e afins. Pobre das rosas, tiradas de seu tão belo lugar e lançadas a vala comum dos pedidos de desculpas. Contudo minhas rosas não são para desculpar-me por não ser capaz de ser o que você sempre quis que eu fosse, mas sim para mostrar-te que você é muito mais do que eu mereço. Pobre de mim, apaixonado por alguém que me enxerga e vê buracos, vazios, espaços imensos que podiam estar preenchidos de tantos adjetivos, mas que agora são apenas buracos. Em outra parte existem adjetivos, tantos quanto se possa imaginar, mas jamais serão capazes de cobrir ou desviar o olhar de quem busca aquilo que ali não está. Contudo, diferente da razão que te norteia e da idealização que te faz olhar para aquilo que justamente não tenho, tento mostrar-te que mesmo com minhas inúmeras falhas posso ainda ser capaz de fazer-te feliz se por um momento, ou dois talvez, quem sabe até mesmo por uma vida, conseguir fazer que teus olhos vejam e que teu corpo sinta toda a realidade que existe em mim. Fazer com que deseje e com que ame os mínimos detalhes que me fazem ser tão diferente, fazer com que entenda que não posso competir com o irreal, mas que sou tão realmente e verdadeiramente apaixonado por ti que cruzaria os quatro cantos do mundo para te encontrar e faria de tudo, até mesmo contra mim mesmo para te reconquistar. Vestido de palhaço, com teatro de fantoches, parecendo ser o mais louco de todos os seres somente para mais uma vez não apenas dizer, mas fazer-te sentir que te amo. E com esse amor te fazer entender que buracos todos temos, mas que são as coisas boas que trazemos em nós que nos fazem passíveis da admiração de alguém. E se fui digno da sua, é porque algo de bom guardo em mim. Então olhe, sinta, queria, ame, pois posso não ter tudo o que desejas, mas tenho muito mais do que você esperava! Quero ainda fazer minha luz se unir a sua e juntos iluminar-mos as trevas que nos cega. O que mais preciso fazer para que você enxergue que quando disse que me amava não estava somente envolta em ternura? Mas sim sentia também a verdade no amor que queimava teu corpo como chama e te tornava leve como pluma, amor que teimava em querer dormir no dia seguinte, mas que nunca abandonou a cama que fizera em teu coração. Ó Aline, nome simples e único, tal como a qual que lhe carrega, desperte este amor que dentro de ti há por esse rapaz que não mede esforços para ter a graça de te ter com ele por toda vida, acorde-o e não o deixe mais dormir, pois é nele que vive toda a ternura que te faz ser a pessoa mais amável desse mundo. Aquela que me conquistara com sorrisos e gentilezas, mas que no fim me fez amar-te e querer-te pela forma como você me amava e me queria. Aline de verso simples, pelo avesso e direito, te quero em todo momento e em toda cor, quero descobrir o caminho para chegar à cama onde deita o teu amor por mim e ajudar-te a desperta-lo para que ambos sejamos mais felizes. Sei que embora tua boca diga algo é em teu coração que acredito e é o que ele diz que eu ouço. Aline, dê a mim valor de rei, pois a ti tenho rainha, não me transforme em bobo da corte ou em palhaço triste, pois não quero ser coadjuvante em teu caminhar, quero ser aquele que caminha ao teu lado com braço forte e peito aberto para enfrentar o que for preciso para nunca deixar de ser seu.

Assinado, o mais feliz entre os tristes.

Obs: O nome Aline foi usado apenas para preservar a real identidade da inspiradora dessa obra.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Texto 3

Mas um dia se passou veloz como um cometa e deu seu lugar a um novo. Tudo parece igual, porém tudo está diferente. O sol se põe ao horizonte e sua bela luz refletida no mar parece fagulhas de um amor que antes fora chama. O reto horizonte distante de mim me faz enxergar todas as possibilidades que teríamos, contudo escolhemos justamente aquelas que nos levaram a lugar algum. Olho para baixo e vejo as ondas e ouço os seus sons enquanto elas golpeiam as pernas que me sustentam. Vendo esta magistral cena orquestrada pelo Divino com amor, lembro-me da paz que você dizia sentir quando estava junto ao mar. As águas tocavam tua pele e cabelos e você linda como sereia corria para meus braços. Gostaria de poder te mostrar e te contar com fascínio e emoção tudo que vi e vivi nessas minhas duas semanas, entretanto olhando para o mar vejo que da mesma forma como ele apagou nossos nomes na areia algo também lavou nossos sentimentos e agora minhas histórias já não mais te interessam, pois você decidiu escrever a sua sozinha.
Então em meu barquinho navego também sozinho, escrevendo minhas próprias histórias e velejando por entre céus azuis e tempestades, apontando sempre minhas velas para os ventos soprados por mim mesmo.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Carta perdida

Você será aquela que em breve, ou talvez em longe, fará meus olhos se perderem na profundidade dos seus.
Será aquela que entre beijos e abraços me fará voar como pássaro e há de fazer-me sentir como príncipe.
Aquela que estará em minha mente assim que meu dia desperta, assim que ele terminar, e também em qualquer outro momento entre esses dois.
Será aquela que cujo corpo será tocado por minhas mãos a deslizar sobre sua suave e macia pele enquanto em seu ouvido serão proferidas eternas palavras de amor.
Será o tema principal dos meus sonhos, parte integrante de meus planos, vida que em nó de marinheiro se entrelaça na minha.
Terá o beijo mais doce, a voz mais macia, as mãos mais delicadas, os melhores carinhos, as palavras mais penetrantes e todos outros predicados que somente você tem.
Será aquela que irá me admirar, que me achará bonito mesmo ao acordar, que sentirá minha falta quando não estiver em casa, que saberá que mesmo longe estarei pensando em você.
Será o anjo sem asas que me levará aos céus, o mar de amor onde irei navegar, a esperança que se torna realidade em meio a desilusão.
Será meu sonho que acordou a noite e veio fazer parte da minha vida, será a vida que se deixou cochilar e veio fazer parte do meu sonho.
Será aquela que cuidará de meu coração como fosse único, de meus singelos sentimentos como fossem frágeis, da minha vida como se metade fosse.
Você será aquela que terá a chave para entrar por essa porta que agora trancada está.
Você será aquele que em breve de “meu amor” irei chamar.

O teatro

Tudo na vida tem um lado bom e outro ruim, é assim desde que o mundo é o mundo. Assim foi meu relacionamento, cheio de altos e baixos desde o início até seu final, passando por um momento de aparente calmaria mais ou menos alguns meses pouco após os meses iniciais. No meu sentimento os pontos baixos nunca foram fundo o suficiente a ponto de não me levar ao topo mais uma vez, contudo para ela completo esta frase apenas com reticências. Os momentos difíceis, as lágrimas, as feridas, parecem nunca se fecharem por completo, é como se ficassem escondidas em algum lugar perdido entre a emoção e a razão só esperando o momento certo para renascerem e voltar como fantasmas de um passado não tão distante. Fantasma grande e assustador, que te faz correr se nem ao menos vê-lo, o simples parecer de que ele possa estar por perto te faz procurar uma saída. E o fantasma esteve ali, sempre a minha espreita, fantasma que na verdade parecia ser muito mais real do que eu imaginava ser, fantasma esse que com o tempo me mostrou estar tão vivo como eu e você, com sangue correndo em suas veias, e na verdade aquilo que parecia tão concreto e palpável não passou de uma fantasia criada e encenada por mim mesmo. Como um bom escritor e diretor eu planejei em minha mente cada fala, cada cena, cada ângulo, cada por de sol, e quando a encenação acabava me sobrava a triste, dura e também cruel realidade. E ali eu me via vivendo à sombra dos personagens que eu mesmo criara, chorando lágrimas de tristeza muito mais reais do que as lágrimas de alegria de mentira que chorei em meu teatro. Enquanto todos encenavam e a platéia aplaudia, eu era o único que vivia o espetáculo como se fosse minha própria vida, alheio aos aplausos e a cortina que se fechava quase por completo ao final de cada dia. Quanto tempo eu demorei para perceber, quis atuar mesmo ao fim da peça, chorei nas cadeiras vazias daquele teatro escuro, somente eu ali sentado fitando meus olhos naquele palco vazio enquanto buscava desesperadamente achar em qualquer canto perdido a lembrança de um sorriso, de um beijo, de um bom momento, tentar me agarrar a qualquer esperança de que um dia minha atriz principal pudesse mais uma vez sair do camarim, as luzes se ascenderem e mais uma vez a peça começar, começar e estender-se para além dos limites da arte e saltar para a veracidade da vida.
Contudo ela nunca saiu dali, a platéia não pediu bis, os aplausos cessaram e assim tudo se acabou.
E agora sozinho no meu pequeno mundo de sonhos concretos e vazios tento em vão enterrar minhas lembranças e sentimentos, contudo parece que não existem pás grandes o suficiente nem terra em quantidade abundante que seja capaz de enterrar um teatro de amor onde o sentimento nunca fora uma encenação.
Não há pá, não a terra, há apenas esperança. Esperança do que, não se sabe.

Os caminhos por onde vim

Quantas são as atitudes que nos levam à lugares que não imaginávamos ir?
Algumas dessas decisões pode até parecer equivocadas ou até mesmo erradas, mas incríveis sãos os caminhos que elas nos levam.
Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas e se a voz do povo for de fato a voz de Deus então talvez seja o próprio divino nos dizendo que os caminhos Dele podem parecer incertos e tortuosos às vezes, mas nos levarão à um bom destino.
Da janela da minha sala eu via apenas uma estreita rua lá embaixo sob meus pés, hoje pela janela de minha sala eu vejo um infinito azul que toca o céu a milhas de distância de onde estou.
Poucas antes eram minhas possibilidades, agora parece que um livro de escolhas foi aberto a minha frente e aguarda somente que eu rubrique ao lado do caminho que quero seguir.
Tantos “erros”, tantas atitudes insensatas, tanta loucura, tanto destempero.
Podem chamar de acaso, de sorte, de merecimento, eu prefiro não rotular, não limitar, apenas agradecer por meus caminhos terem me trazido até aqui.
E como já agradeci a tudo e a todos, é por direito também agradecer a Ti e pedir desculpas pelas vezes em que Te questionei.
E é sentado nos amarelos degraus olhando aquele barquinho iluminado como árvore de natal que eu digo...

Obrigado Senhor!