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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Por trás de meus óculos escuros

De repente me vejo veslumbrando a natureza, como costumava fazer algum tempo atrás. Há muito tempo já não olho o céu a noite para ver as estrelas, e não é por falta de tempo porque nesses dias de dedo quebrado tempo é o que mais tenho.

Pois bem, hoje estava lá mais uma vez, aço e concreto sob meus pés e ao longe o verde onde antes já estive. O vento sacudia minhas roupas e balançava os pelos na minha pele enquanto minha mente tentava gravar com todos os detalhes aquela imagem que meus olhos viam. Depois de um tempo, esses mesmos olhos voltaram-se para um outro lado e buscaram encontrar um lugar conhecido, lugar esse que guarda várias lembranças que hora ou outra teimam em saltar daquelas gavetas onde guardamos as coisas que queremos esquecer. Mas por mais que os olhos procurassem eles jamais coneguiriam achar, o lugar estava bem guardado, escondido atras de pequenos morros e montanhas. De fato, acho que foi bom esse lugar ter se mantido escondido, caso contrário, mais lembranças iriam entrar naquela gaveta.

Caminhei, parei, olhei, fotografei, lembrei, senti, vivi, sentei, levantei, bebi e parti. Ao sair olhei para o céu e vi que ele estava cinza, o "background" ideal para aquele momento da minha vida. O ventou começou a soprar mais forte e a chuva também quis marcar presença. Engraçado como tudo se encaixou porque a chuva esteve presente em alguns momentos marcantes da minha vida e mais uma vez se fez presente como quem não me quisesse deixar esquecer aqueles momentos que uma vez foram ótimos mais agora eram lembranças que não queria ter. Acho que talvez nesses momentos a chuva seja as lágrimas que não posso chorar.

Para me proteger do vento coloquei meus óculos escuros, os mesmo que já haviam me protegido uma vez, e agora o dia que já não era assim tão claro perdeu mais ainda do seu brilho e tornou-se ainda mais assustador.

O ponteiro do relógio me avisava que a noite havia chegado e era de voltar para casa para dormir, assistir um filme, ligar para um amigo, ou talvez sentar-se em frente ao computador e escrever.

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