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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Quando o relógio toca

É meia noite e o casal vai dormir.
Lado a lado, dividindo o mesmo edredon eles se dizem "boa noite" e fecham os olhos.
E então sonham...sonham que podem viajar, que podem correr, que podem voltar a ser crianças.
Sonham que não existe tempo, sonham que podem viajar, que a falta é enorme, que beijos tem música.
Sonham que chuva não impede nada, sonham que lágrimas às vezes são de alegria, sonham que mãos podem andar juntas, que mordidas de amor não doem, sonham que poesias tocam o coração.
Mas o relógio bate as 4:48 e ela tem que ir trabalhar. A vida real a chama lá fora, ele quer dormir, quer sonhar, mas ela tem que ir trabalhar.
O Trident que antes era doce agora está amargo, ela não o quer mais em sua boca.
Por sua vez ele também acorda e ao olhar embaixo da cama ele está lá, o bicho papão da vida real.
Ele quer tirar a alegria dele, a paz, a felicidade, o amor que ele tem.
Então ele toma café enquanto ela sai para trabalhar, ele a vê ascenar e mandar um beijo e na cozinha que agora é fria e vazia ele chora.
Chora e espera que as 9 horas ela volte para que juntos debaixo dos edredons ambos possam sonhar e que o amor mais uma vez entre pela janela e mande embora o bicho papão da vida real.

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